LANÇAMENTO DO LIVRO “PEDRO I COMPOSITOR INESPERADO” NO MUSEU IMPERIAL EM PETRÓPOLIS

O Museu Imperial e o  Instituto Cultural Cravo Albin  organizaram para o próximo dia 7 de setembro, em celebração ao  Dia da Independência do Brasil, o lançamento do livro “ Pedro I Compositor Inesperado”, com apresentação de Rosana Lanzelotte, considerada a maior cravista brasileira, que vai tocar músicas compostas pelo imperador, no Museu Imperial em Petrópolis, com entrada franca.Os ingressos para o espetáculo serão distribuídos na bilheteria uma hora antes do evento.

O professor Maurício Vicente Ferreira Junior, diretor do Museu, diz que “D. Pedro de Alcântara foi, no seu tempo, conhecido como o Rei musical. Tocava vários instrumentos e compôs diversas obras que se tornaram referências em catálogos musicais.  Entre suas composições estão obras de cunho religioso e, sobretudo, de temas políticos. Suas composições foram impressas e esses hinos circularam por Portugal, França, Inglaterra, Áustria e a atual Alemanha, operando um entrelaçamento entre cultura e política.”

O livro, da Editora Batel,  capa dura e fartamente ilustrado com gravuras de época, apresenta oito ensaios inéditos coordenados por Mary del Priore, curadora convidada especialmente pelo Instituto Cravo Albin, que escolheu os seguintes autores:  Arno Wehling, Bruno da Silva Antunes, Isabel Lustosa, Paulo de Assunção, Paulo Rezzutti, Ricardo Cravo Albin e Rosana Lanzelotte.  Os  textos são de  Giovanni  Codeça.

O projeto inédito com parte da obra sacra escrita pelo Herói Libertador Pedro I, agora revelada, trás ainda  gravações históricas :  17 peças musicais acessadas por QR Code e CD incluídos no livro.

Segundo Ricardo Cravo Albin, idealizador do projeto, o imperador-compositor Pedro de Alcântara nasceu no Palácio de Queluz (onde morreria 34 anos depois), em 12 de outubro de 1798, filho do príncipe Dom João VI e da princesa espanhola Carlota Joaquina de Bourbon.

“ O Príncipe herdeiro com 9 anos já se bandeava para os folguedos musicais, começando a se interessar pelas músicas que lhe entravam aos ouvidos nos saraus da corte e nas brincadeiras de rodas com os amiguinhos no Paço. Adorava qualquer tipo de música, viesse de onde viesse, dos pianos eruditos aos lamentos, no Rio, de lundus e batuques provenientes de rodas musicais exercitadas por escravos e boêmios, que lhes eram de grande prazer. Criador  do livro “Pedro I Compositor Inesperado”, Cravo Albin nega que Pedro I tenha sido um estroina e boêmio todo o tempo. – “Foi um raro estadista, de rasgos heroicos libertando Brasil de Portugal e depois Portugal do usurpador do trono D. Miguel, impondo duas coroas em dois continentes, a do Brasil com o filho Pedro II e a de Portugal com a filha Maria II .

O fascinante personagem, que tinha uma atração irrefreável para a música, foi aluno de três notáveis compositores que se encontrariam no Rio no primeiro quartel do século XIX: o carioca padre-mestre, e considerado por historiadores o mais importante de todos,  José Maurício Nunes Garcia, o lisboeta Marcos Portugal, que já conhecera Pedro em Lisboa e o austríaco Sigismund Neukomm.

O italiano Adriano Balbi que publicou em Paris (1822) o livro Ensaio Estatistico sobre o Reino de Portugal e Algarves, anotou que “Sua Alteza Real o príncipe do Brasil possui extraordinário talento musical e compõe com gosto e felicidade, toca vários instrumentos, entre outros o fagote, trombone, flauta e até violino, além da clarineta”.

Ricardo explica que este livro é o resultado de um levantamento, feito pela primeira vez no Brasil sobre Pedro I como compositor e herói binacional, pelo Instituto Cultural Cravo Albin, que ele preside, onde foram encontradas 20 composições entre missas, credos e obras para Igreja. Ricardo chegou a ir à Lisboa para achar estas composições seculares.

O lançamento do livro faz parte do Projeto “2024: Valores da Democracia hoje”
que tem como objetivo, durante todo o ano de 2024, debater através de documentários, palestras e lançamento de livros,  os valores democráticos. Fazem parte do Projeto as seguintes instituições: Associação de Amigos do Dr. Alceu/AADA, Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade/CAALL, Casa Stefan Zweig, Grupo Pró Memorial Casa da Morte/GPMCM, Instituto Municipal de Cultura/IMC/PMP, Livraria NOBEL, Museu Imperial, Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/UNIFASE, Universidade Candido Mendes/UCAM, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ e Universidade Federal Fluminense/UFF.